sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Adeus liberdade e privacidade

Todas as mães de pequenos sabem: A primeira coisa que perdemos quando eles nascem são: liberdade e privacidade.

Ficamos meses presas dentro de casa com o bebê, evitando que eles peguem algum vírus na rua, além do mais, temos que amamentar livre demanda, o que significa: quase o dia todo.

Poucas mulheres querem sair à rua mostrando os peitões pra todo mundo ver, eu pelo menos nunca me senti à vontade para amamentar em público, mas acho lindo as mães que fazem e são livres para isso.
Você perde a liberdade de ir e vir, porque ele pode chorar com fome quando você estiver fazendo compras no mercado, melhor então delegar essa tarefa para alguém.

No começo você fala: Que maravilha, agora não preciso mais ir ao mercado, às drogarias ou padarias, mas depois de 60 dias você está gritando histérica com o bebe pendurado no seu seio, enquanto usa aquela camisola amamentação meio úmida de leite e o cabelo que não vê uma escova há dias: Socorro! Alguém fica com essa criança 1 hora pra eu ir no mercado.

Você começa a ter um certo prazer em ir ao mercado, porque simplesmente vai pentear o cabelo e tirar a camisola amamentação, lembre-se de escovar os dentes pra não matar o atendente do balcão de frios.

Eles crescem, largam seu seio e tomam conta da sua sala, do seu controle remoto, da sua TV, da sua cama e do seu marido.

Eu nunca mais assisti uma novela depois que meus filhos nasceram, a prioridade são programas infantis ou TV desligada, nunca os deixo assistir jornais, novelas ou programas da tarde sensacionalistas.

Você passa o dia esperando seu marido chegar do trabalho para contar mil coisas que aconteceram no seu dia, mas quando ele abre a porta, as crianças vão correndo ao encontro dele e pronto, agora é a hora que você os deixa (graças a Deus) com o pai rolando pelo chão da sala, pra se trancar no quarto e assistir aquela programa onde as donas de casa de Beverly Hills se estapeiam.

Thanks God por esses 30 minutos de reality show porcaria, sim, 30 minutos contados, porque quando as donas de casa de Beverly começam o barraco, na melhor parte, crianças e papai invadem o quarto, pulam na cama, rindo, gritando e fazendo aquela festa.

Você quer botar todo mundo pra correr dali, mas, respira fundo, sorriso de Monaliza pro marido como quem diz: Você me paga.
Nessa hora ele deixa as crianças com você e fala: Tenho que tomar um banho.

O queeeeee? Banho? Eu nem tomei o meu ainda, deitei suja na cama pra assistir o reality que era mais importante e agora vou continuar suja até a hora de coloca-los na cama.

Banho, escovar os dentes, rezar, deitar na cama junto, tudo em função deles, quando eles dormem, você só quer uma coisa: Dormir também.
Porque na madrugada algum pode acordar: xixi, dor, febre, tosse e pesadelos. Com certeza em 6 anos que sou mãe, posso contar nos dedos as noites inteiras que dormi.

Se você acha que pode ser mãe e continuar tendo uma vida livre como tinha antes eu sinto muito, sinto muito por você ou pelos seus filhos se você realmente consegue essa vida.

Aqui eles me perseguem pela casa o tempo todo (quando estou em casa), se vou na cozinha eles vão atrás, se vou no meu quarto idem, hoje mais a Valentina do que Mauricio, mas Mauricio fica checando onde estou: Mãeeee, Mãeeee, e eu fico gritando: To aqui na cozinha, to aqui no quarto, to aqui no banheiro.

Usar o banheiro com privacidade, sem que nenhum dos dois abra a porta de supetão é muito raro, é só entrar e esperar, logo a porta se abre: Oi mãe!

Esses dias me bateu revolta: Chega, vou usar o banheiro sozinha e trancar a porta.
PUM! Alguém tentou abrir e deu de cara com a porta, era a Valen, começou a bater e eu ignorei, depois ela começou a gritar: Mãe e blá blá, eu não consegui ouvir o que ela falava porque eu estava no banho, mas eu gritava como naquele programa do Silvio Santos: SIM, NÃO, SIM, NÃO.

Quando saí do banho e estava me secando, vi um papel passando embaixo da porta do banheiro, era o Mauricio que fez um desenho pra mim, enquanto eu estava no banho.
Como ele sabia que eu não queria ser importunada, ele simplesmente passou o desenho por debaixo da porta, era um garoto sorrindo, numa bicicleta, um sol e um campo.

Posso dizer que quando vi o desenho, eu sozinha, dentro do banheiro e aqueles dois do lado de fora me esperando e passando um desenho por baixo dela, me veio na hora o sentido de tudo isso: O AMOR! Eles me amam, eu os amo mais ainda, mais do que tudo.

E é por isso que vale a pena tê-los.

Pense nisso e seja feliz!





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