terça-feira, 29 de junho de 2010

Mamãe vai me dar uma irmazinha...

Quem conhece essa música do Palavra Cantada? Algumas mães com certeza conhecem, é uma música que fala sobre a chegada do irmão(irmã), cantada por uma criança um pouco descontente e confusa em torno deste novo membro familiar.
Em uma parte da música a criança canta: Papai diz que é ruim ficar sozinho e tudo que é meu será dos dois, até mamãe e papai de nós dois...
Pois é, o Mauricio vai ganhar um(a) irmãozinho(a), estou grávida de 3 meses e ele não entende muito sobre isso, às vezes aponto para minha barriga e falo: Filho, você sabia que tem um bebê aqui dentro da barriga da mamãe? Ele simplesmente desconversa, muda de assunto.
Acho que é cedo para ele entender isso, ainda mais com uma barriga tão pequena, quem sabe quando eu estiver com barrigão e o bebê chutando ele entenda melhor.
No começo da gravidez senti uma coisa estranha, uma sensação de que talvez o Mauricio não fosse gostar muito da idéia de dividir seu mundo com outra criança e até mesmo o amor do papai e da mamãe, também fiquei com medo de que ele se sentisse rejeitado ou traído, quando eu chegasse em casa com outro bebe no colo.
Mas, no fundo, o que eu quero dar à ele é um irmão(ã), alguém com quem ele possa contar, confiar, amar, dividir.
Para mim, um irmão é um presente de Deus, que nossos pais são encarregados de por no mundo. Não sei como é ser filho único, afinal, tenho 3 irmãos, sei o que é poder dividir sua vida com outra pessoa, desde cedo, brincar, ir para escola juntos, fazer bagunça, brigar por qualquer coisa, sofrerem juntos com a perda de um ente querido ou uma separação, dividir aniversários (quando muito próximo), dividir o animal de estimação, dividir a atenção dos pais, dormirem juntos por medo do escuro...
Ter um irmão é maravilhoso e tenho certeza que o Mauricio, com o tempo, vai amar e reconhecer o valor de dividir sua vida com outra criatura semelhante à ele.
Esse é o bem mais valioso que eu posso deixar de herança para o meu filho.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ser mãe é padecer no paraíso


Queridas amigas,

Estive pensando muito nesta frase na última semana, resolvi então pesquisar no "santo google" o que ela significa e para minha surpresa, quando escrevi: "padecer no paraíso", aparecem milhares de blogs de mães desesperadas, contando suas aventuras, desventuras e agruras em torno da maternidade. Em nenhum dos textos relacionados à frase "padecer no paraíso" existia um contexto de felicidade sem fim.

Em cada blog que entrava, me desesperava, elas começavam escrevendo calmamente e daqui a pouco, 2, 3, 4 palavrões em seguida nos textos, achei melhor parar de ler e procurar somente a palavra: PADECER e achei os seguintes significados:

Sofrer, sentir dor, suportar, ser atormentado, martirizado, afligido, ser vítima de violência física (ops), estar doente...

Se padecer é tudo isso acima, como é padecer no paraíso?

É estar a beira da morte num lindo jardim florido?

É tomar chibatadas ao lado de uma linda cachoeira num dia de sol e uma brisa suave passando?

É ser atacado por um tubarão em meio à um cruzeiro na Grécia?

Enfim, "padecer no paraíso" é bom ou ruim?

Agora volto a me lembrar dos blogs das mães desesperadas e começo entende-las, elas queriam dar um sentido ao "padecer no paraíso" e como não conseguiram, ficaram frustradas.

Se ser mãe é padecer no paraíso, então, ser mãe é sofrer todos os dias num lugar lindo (provavelmente a sua casa).
Sentir dor no lugar do seu filho. Ser atormentado pela febre que ele sente de vez em quando. Martirizada por não ficar tanto tempo com ele como deveria. Afligida por deixá-lo na escolinha chorando.
Ser vítima de violência física quando ele joga um brinquedo na sua cara pensando que está brincando.

Ser mãe é estar o tempo todo doente, doente de amor!