quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A experiência do parto


Comecei a escrever este blog qdo o Mauricio já tinha 4 meses, então, nunca havia escrito sobre a experiência do parto, resolvi então, registrar este momento único e lindo da minha vida.
38 semanas e 5 dias de gestação, fui ao médico para minha consulta de rotina, depois de me examinar e mais uma vez me dizer que eu não tinha 1 dedo de dilatação, me mandou ir ao hospital fazer um cardiotoco (exame que mede os batimentos cardíacos do bebe e seu grau de “sofrimento” dentro da barriga).
Fiz o exame, voltei ao consultório e deixei meu exame com a recepcionista, como já estava de licença-maternidade há 1 semana, fui para casa descansar.
2 horas depois o médico me ligou, mal atendi o telefone e ele me disse: E aí querida, vamos fazer a cesárea amanhã? Eu quase tive um treco do outro lado da linha – Como assim fazer cesárea? Perguntei. – Minha querida, seu bebe está prontinho pra nascer, os batimentos estão descompassados e ele parece sofrer um pouco, vc não tem um dedo de dilatação (ele gostava de jogar isso na minha cara) e pelo jeito não vai ter nos próximos dias, vamos acabar logo com isso e trazer este bebe ao mundo. Ele disse.
Não me lembro do que eu disse no momento, me lembro apenas de ter desligado o telefone e começado a chorar, chorei muito, um misto de medo e de desconfiança, eu queria parto normal e na minha cabeça Deus também projetou todas as mulheres para que tivessem seus filhos da maneira natural, não era certo tirar meu bebe fora da hora de dentro da minha barriga.. e se ele tivesse algum problema por que decidi tira-lo antes? E se ele não estivesse pronto? Quem me garantia de que o bebe estava mesmo sofrendo? Isso era papo de médico pra não ter que sair às 3 horas da madrugada de casa, quando eu ligasse avisando que minha bolsa estourou...
Liguei para o meu marido, ele também era a favor do parto normal e havíamos combinado a todo custo esperar para este momento, expliquei a situação para ele que resolveu ligar para o meu médico.
1 hora depois meu marido me ligou, antes que eu dissesse algo ele me disse: Amor arrume as malas, vamos amanha para o hospital. Como assim? Ele te convenceu? Perguntei chorando. – Sim, acho melhor para vc e para o Mauricio. Ele disse e pouco depois desligou.
Só me lembro de chorar... chorei o dia todo, arrumando as malas e pedindo a Deus para que minha bolsa estourasse, pedia uma luz, um sinal... e nada. Dormi chorando, acordei na madrugada chorando, ia no banheiro esperando que a bolsa estourasse e nada... De manhã, liguei para as amigas avisando-as que iria para o hospital, chorando claro.
No hospital, me vestiram com aquela roupinha horrorosa e aquela touca de cozinheira e me colocaram em uma cadeira de rodas para ir até o centro cirúrgico, eu só chorava, sei lá o que acontecia dentro de mim, emoção, medo, felicidade, uma mistura de sentimentos.
Quando levantei da cadeira de rodas em direção a sala de cirurgia, senti uma água escorrendo pelas minhas pernas, na hora parei, a enfermeira me perguntou porque eu havia parado eu disse que tinha uma água escorrendo nas minhas pernas, ela trouxe um lençol e gritou: avisem o médico que a bolsa estourou!
Meu Deus, realmente Deus é bom pra mim, eu precisava deste sinal para me sentir tranqüila, para ter certeza de que estava fazendo a coisa certa para o meu filho, eu queria ter a certeza de que ele viria ao mundo no dia em que teria que vir, como Deus assim planejou.
Senti um alivio imenso e uma alegria maior ainda, fui para a sala quase que flutuando, me deram a anestesia e eu estava relaxada, feliz. Meu marido entrou e ficou do meu lado, contei à ele que a bolsa havia estourado, ficamos conversando, até que um enfermeiro que estava ao lado do médico gritou para o Mateus: Vai nascer, venha! Ele saiu correndo e eu fiquei sozinha, olhando para o teto e esperando algum sinal, segundos depois ouvi um chorinho bem fraquinho e o meu marido falando: É cabeludo Isabel!!!
Chorei feito uma louca! Este choro eu me lembro bem... De alívio, puro alívio!
Meu bebe estava lá, cabeludo e chorão, passou por mim bem rapidamente, me pareceu ruivo por causa do sangue no cabelo rsrs, eu estava meio grog por causa da anestesia e ainda perguntei: Ele é ruivo? Alguém riu.
Ele voltou, peladinho e pequenininho, 44cm e 2,4kg. A médica me mostrou, o beijei.
Foi amor a primeira vista! Fiquei louca por ele, eu não consegui dormir no hospital porque queria vê-lo o dia todo, às vezes elas o tiravam para dar banho ou trocá-lo e eu ficava louca para que o trouxessem de volta.
Foi inesquecível e maravilhoso o meu parto.
Agradeço a Deus, por ter sido tão generoso comigo e ter dado a luz que eu tanto pedi.
Bjooo