terça-feira, 30 de setembro de 2014

Mauricio e as mulheres



Outra noite fui colocar Mauricio pra dormir, estávamos deitados lado a lado em sua cama, no escuro, (muitas vezes fazemos isso apenas para ficarmos um pouco juntos antes que eles peguem no sono), quando ele começou a passar sua mão em meu rosto fazendo carinho, eu achando aquele gesto dele maravilhoso, quando ele então quebrou o silêncio:

- Sabe mãe, eu penso muito em você, penso em você desde a hora que eu acordo até a hora em que eu vou dormir.

Meu coração pulava de surpresa e alegria com aquelas palavras tão doces vindo de uma criança tão pequena, comecei a abraça-lo e ele continuou:

- Penso em como você é bonita, como seus olhos são lindos, fico pensando em você o dia todo.

Nessa hora eu já estava o agarrando com toda minha força e o beijando muito, emocionada falava que o que ele estava me falando era lindo, que eu estava muito feliz e fui para o meu quarto saltitando de alegria.

Cheguei no meu quarto e falei para o meu marido: Você não sabe o que Mauricio me falou, e contei tudo pra ele.
Ele sorriu e me disse:
- Outro dia Mauricio me falou: Pai, como é difícil agradar as mulheres. Não é?

E meu marido respondeu pra ele:

- Não é difícil não, diga coisas bonitas para elas, diga que elas são lindas e que você pensa nelas o tempo todo.

Nesse momento o meu encanto caiu por água abaixo, aquele pequeno estava me galanteando para testar as artimanhas que o pai ensinou a ele, e com certeza foi dormir feliz porque viu que a cantada deu certo, afinal, eu saí toda derretida do quarto dele.
Mas posso dizer que se o meu marido tivesse omitido a verdade por trás daquele xaveco do Mauricio, eu teria caído feito um patinho.

Mauricio, você sabe realmente fazer uma mulher feliz.


domingo, 21 de setembro de 2014

Nada pior que uma mãe ótima.

Faz quase um ano que não escrevo nesse blog, Mauricio já tem 6 anos e Valentina 3, essa semana, um assunto me fez voltar a escrever:

As ótimas mães.

Pensei em apelida-las de super mães, mas, elas não merecem, porque super mães são aquelas que trabalham o dia todo, chegam em casa, fazem comida, ajudam nas tarefas escolares, contam histórias antes de coloca-los na cama, super mães são aquelas que tem filhos especiais e se desdobram nas tarefas de cuidar de uma criança especial, super mães são aquelas que tem muitos filhos e muitas tarefas ao mesmo tempo ou as mães solteiras que criam seus filhos sem ajuda.

Você deve conhecer uma ótima mãe em sua turma, eu mesma já tentei ser uma delas, mas cedi, não aguento competitividade em excesso e também não gosto de julgar todo mundo.

Você reconhece uma ótima mãe geralmente pelo jeito que ela fala dos filhos dela: são ótimos, educados, comem todos os vegetais e algumas vezes sofrem abuso das crianças mau educadas espalhadas pelo mundo.
Em seguida vem o discurso de como ela se dedica aos filhos, é a mãe mais dedicada do mundo, mais apegada, ninguém ama mais seus filhos do que ela mesma ama os seus.
Ela está sempre pronta para metralhar toda e qualquer mãe. Todas as mães tem defeito aos seus olhos, menos ela. Aquela fulana não se importa com os filhos, aquela outra trabalha demais e nem precisaria trabalhar tanto, acho que foge das responsabilidades de ser mãe, aquela outra deixa tudo na mão da babá é um absurdo, aquela se preocupa mais com o corpo do que com a saúde da criança, aquela outra viaja sem os filhos é uma egoísta, aquela dá refrigerante, aquela dá fritura, a outra dá açúcar, aquela não sabe cozinhar, aquela não amamentou até os 2 anos... aquela, aquela, aquela.

Elas odeiam as mães que terceirizam suas tarefas às babás, avós, escolas, essas são consideradas as péssimas mães.

Quando o alvo não é na outra mãe, vira-se para os filhos delas: Aquele moleque é mal educado, aquele moleque é uma peste, você vai ver quando crescerem, não quero meus filhos perto deles.

Como já disse, eu tentei ser uma ótima mãe no passado, mas é muito difícil ser uma delas, não quero mais, quero apenas ser uma boa mãe para os meus filhos, julgar menos a vida dos outros, os filhos dos outros.
Tenho direito de escolher a amizade dos meus filhos enquanto são pequenos e protege-los, mas tento faze-los ver em todas as pessoas as diferenças e entenderem que ninguém é melhor que ninguém, cada um tem o seu melhor.

E posso afirmar que as más mães (aos olhos das ótimas), são muito mais divertidas do que as ótimas mães, porque são leves, se perdoam e vivem.