terça-feira, 21 de outubro de 2014

Como escolher o pai do seu filho

Eu sempre quis ter filhos, não tive a idade do despertar do relógio biológico, eu queria ter filhos desde os meus 20 anos, meu sonho era casar e ter filhos.



Tudo aconteceu mais tarde, encontrei meu marido quando eu tinha 27 anos, nos dois primeiros anos de namoro eu queria saber se ele seria o cara certo para ser o pai dos meus filhos, eu não tinha perguntas e respostas prontas sobre o que faria de um homem um bom pai, mas estudava algumas previsões do tipo: um bom filho é um bom pai, me certifiquei de que meu marido era um bom filho, descobri que ele é um ótimo filho, carinhoso, apaixonado e aí ele levou a primeira estrela para o desenrolar do processo.

Segunda etapa, pesquisa em campo, era importante saber se ele gostava de crianças, sempre que estávamos em algum lugar público e tinham bebês a minha volta (sempre amei bebês) eu me derretia, brincava com os bebês e meu namorado permanecia imóvel, alheio aquela situação, pra ele não era uma situação de desconforto, nada disso, era apenas "nada". Por exemplo, em um parque, ver um bebe sorrindo no carrinho para ele, era como ver um adulto passando de bicicleta, nenhuma emoção, apenas fazia parte do cenário local.

Comecei a intensificar, passei a mexer com todos os bebes que eu via pela frente, na padaria, no shopping, no mercado, no parque e ele permanecia do mesmo jeito, nenhum sinal, nenhuma palavra mágica como: Vamos fazer um?

Eu ficava pensando que ele não gostava de crianças, algumas vezes fui direta ao assunto: Você não gosta de crianças? Ele respondia: Dão muito trabalho.
Eu estava tão apaixonada que pensava: Pelo menos não é um não.

Ficamos 3 anos nesse namoro, até que eu decidi não esperar mais para ter um filho, eu tinha um bom emprego, tinha acabado de comprar um imóvel e ele também e eu queria aquele filho AGORA.
Pensei que estava apaixonada o bastante para aguentar se ele não fosse um pai tão bom, porque eu mesma tinha muito amor para doar para uma criança.

Avisei os amigos mais íntimos: vou engravidar! Algumas pessoas falavam: Ele sabe?
No mesmo mês comuniquei ao meu namorado que queria engravidar e que se ele não quisesse ser pai que dissesse agora.

Ele topou, depois de 6 meses engravidei do Mauricio, meu namorado ficou muito feliz com a gravidez, isso era um ótimo sinal, com 3 meses de gravidez ele me pediu em casamento.

Quando eu estava com 7 meses tive um sangramento, o desespero do meu (agora) marido em manter o pequeno Mauricio seguro me deu um conforto enorme, me lembro de como ele ficou transtornado com a possibilidade de que poderia ter algo errado com o bebe.
Em 9 meses Mauricio nasceu, foi parto cesárea, eu estava meio grogue por causa da anestesia, meu marido estava do meu lado esperando pelo bebe, quando o médico entregou o pequeno Mauricio (2,4kg e 44cm) para o meu marido, seus olhos encheram de lágrimas, ele agarrou o Mauricio com tanto amor que parecia não querer soltar, Mauricio deu então um espirro e ele logo devolveu para o pediatra: Por favor, cuide dele, acho que está com frio.

Desse dia em diante descobri que tinha escolhido o pai certo para os meus filhos, ele que tinha levado nota 5 na minha pesquisa, passou do 5 para o 10 em poucos meses.

Sempre cuidou dos filhos como eu, limpando o umbigo, dando banhos, trocando fraldas, dando mamadeiras, colocando pra dormir, levando para passear, fazendo lição de casa, educando.
Uma vez alguém disse à ele: Nossa, você ajuda bastante a sua mulher a cuidar dos filhos. Ele respondeu: Não, eu não a ajudo. Eu crio os meus filhos junto com ela.

Existe um ditado verdadeiro: Quando nasce um bebê, nasce uma mãe! Posso dizer que aqui nasceu um pai também.

E só para constar, depois que ele teve filhos, passou a gostar muito de crianças.

Aposto que o título trouxe uma curiosidade grande para aquelas que ainda não tem filhos, sinto dizer que infelizmente não existe fórmula certa, o que existe é sorte.

Muito sorte para vocês também.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Adeus liberdade e privacidade

Todas as mães de pequenos sabem: A primeira coisa que perdemos quando eles nascem são: liberdade e privacidade.

Ficamos meses presas dentro de casa com o bebê, evitando que eles peguem algum vírus na rua, além do mais, temos que amamentar livre demanda, o que significa: quase o dia todo.

Poucas mulheres querem sair à rua mostrando os peitões pra todo mundo ver, eu pelo menos nunca me senti à vontade para amamentar em público, mas acho lindo as mães que fazem e são livres para isso.
Você perde a liberdade de ir e vir, porque ele pode chorar com fome quando você estiver fazendo compras no mercado, melhor então delegar essa tarefa para alguém.

No começo você fala: Que maravilha, agora não preciso mais ir ao mercado, às drogarias ou padarias, mas depois de 60 dias você está gritando histérica com o bebe pendurado no seu seio, enquanto usa aquela camisola amamentação meio úmida de leite e o cabelo que não vê uma escova há dias: Socorro! Alguém fica com essa criança 1 hora pra eu ir no mercado.

Você começa a ter um certo prazer em ir ao mercado, porque simplesmente vai pentear o cabelo e tirar a camisola amamentação, lembre-se de escovar os dentes pra não matar o atendente do balcão de frios.

Eles crescem, largam seu seio e tomam conta da sua sala, do seu controle remoto, da sua TV, da sua cama e do seu marido.

Eu nunca mais assisti uma novela depois que meus filhos nasceram, a prioridade são programas infantis ou TV desligada, nunca os deixo assistir jornais, novelas ou programas da tarde sensacionalistas.

Você passa o dia esperando seu marido chegar do trabalho para contar mil coisas que aconteceram no seu dia, mas quando ele abre a porta, as crianças vão correndo ao encontro dele e pronto, agora é a hora que você os deixa (graças a Deus) com o pai rolando pelo chão da sala, pra se trancar no quarto e assistir aquela programa onde as donas de casa de Beverly Hills se estapeiam.

Thanks God por esses 30 minutos de reality show porcaria, sim, 30 minutos contados, porque quando as donas de casa de Beverly começam o barraco, na melhor parte, crianças e papai invadem o quarto, pulam na cama, rindo, gritando e fazendo aquela festa.

Você quer botar todo mundo pra correr dali, mas, respira fundo, sorriso de Monaliza pro marido como quem diz: Você me paga.
Nessa hora ele deixa as crianças com você e fala: Tenho que tomar um banho.

O queeeeee? Banho? Eu nem tomei o meu ainda, deitei suja na cama pra assistir o reality que era mais importante e agora vou continuar suja até a hora de coloca-los na cama.

Banho, escovar os dentes, rezar, deitar na cama junto, tudo em função deles, quando eles dormem, você só quer uma coisa: Dormir também.
Porque na madrugada algum pode acordar: xixi, dor, febre, tosse e pesadelos. Com certeza em 6 anos que sou mãe, posso contar nos dedos as noites inteiras que dormi.

Se você acha que pode ser mãe e continuar tendo uma vida livre como tinha antes eu sinto muito, sinto muito por você ou pelos seus filhos se você realmente consegue essa vida.

Aqui eles me perseguem pela casa o tempo todo (quando estou em casa), se vou na cozinha eles vão atrás, se vou no meu quarto idem, hoje mais a Valentina do que Mauricio, mas Mauricio fica checando onde estou: Mãeeee, Mãeeee, e eu fico gritando: To aqui na cozinha, to aqui no quarto, to aqui no banheiro.

Usar o banheiro com privacidade, sem que nenhum dos dois abra a porta de supetão é muito raro, é só entrar e esperar, logo a porta se abre: Oi mãe!

Esses dias me bateu revolta: Chega, vou usar o banheiro sozinha e trancar a porta.
PUM! Alguém tentou abrir e deu de cara com a porta, era a Valen, começou a bater e eu ignorei, depois ela começou a gritar: Mãe e blá blá, eu não consegui ouvir o que ela falava porque eu estava no banho, mas eu gritava como naquele programa do Silvio Santos: SIM, NÃO, SIM, NÃO.

Quando saí do banho e estava me secando, vi um papel passando embaixo da porta do banheiro, era o Mauricio que fez um desenho pra mim, enquanto eu estava no banho.
Como ele sabia que eu não queria ser importunada, ele simplesmente passou o desenho por debaixo da porta, era um garoto sorrindo, numa bicicleta, um sol e um campo.

Posso dizer que quando vi o desenho, eu sozinha, dentro do banheiro e aqueles dois do lado de fora me esperando e passando um desenho por baixo dela, me veio na hora o sentido de tudo isso: O AMOR! Eles me amam, eu os amo mais ainda, mais do que tudo.

E é por isso que vale a pena tê-los.

Pense nisso e seja feliz!